O Perigo da Automedicação!!!

O que leva a pessoa a se automedicar, em odontologia, é a dor. A dor é defenida como "uma experiência sensorial e emocional desagrádavel associada ao dano tecidual real ou potencial" (International Association for the Study of Pain/IASP, 2011)

Fisiológicamente, a dor se trata de um reflexo protetor que tem por finalidade alertar sobre um desequilíbrio no organismo, atingindo o sistema nervoso central (SNC). A intensidade, a localização e a qualidade da dor será diferente, dependendo do estímulo, bem como do tipo de fibra nervosa que foi  excitada no processo.

A dor compromete a qualidade de vida ao promover a diminuição da capacidade funcional, da força e da resistência do indivíduo. Pode causar náusea, perda de apetite, transtornos do sono, dependência química, alterações de humor, ansiedade, depressão, sofrimento, dificuldade de concentração e diminuição das relações sociais.

A sensação dolorosa é um importante aviso do corpo de que algo errado está acontecendo, sendo imprudente tentar sanar o problema com recursos próprios, pois acaba mascarando ou piorando  o quadro clínico. Para controle da dor na clínica odontológica é preciso:

1- Eliminar a causa do problema. Ou seja, realizar o tratamento odontológico adequado
2- Bloquear os impulsos dolorosos na região afetada através dos anestésicos e então realizar o procedimento adequado.
3- Elevar o limiar da dor utilizando analgésicos que elevam o limiar da dor até certo ponto
4- Combater as infecções efetivamente através de antiinflamatórios e /ou antibióticos.

A procura do profissional dentista é fundamental nessas situações, para que o problema seja erradicado, caso contrário só irá agravar a condição do paciente. A automedicação de forma errônea eleva o risco de contaminação por bactérias, pois elas podem cair na corrente sanguínea favorecendo o quadro de Bacteremia, podendo comprometer outros órgãos vitais como o coração, rins, etc...

A Endocardite bacteriana tem como principal origem as infecções buco dentais. Por isso o uso indiscriminado de antibióticos também é crítico. O mal uso deste medicamento pode criar resistência nos agentes bacterianos e como o tempo limitar os recursos terapêuticos medicamentosos.

Existem problemas bucais que apenas com a intervenção do dentista já é sanada, ou seja, problemas que por si só regridem sem medicamentos. Portanto, não deixe de procurar um dentista para ter a ajuda adequada e não sofrer as consequências deletérias da auto medicação.

Quais problemas ortodônticos devem ser tratados precocemente?

A infância é um dos períodos mais importantes do desenvolvimento humano, quando há formação de diferentes estruturas em grande velocidade. O dentista tem a responsabilidade de orientar, educar e acompanhar seus pacientes para que estes apresentem o desenvolvimento harmonioso das estruturas bucais, permitindo o desenvolvimento das funções básicas e primordiais como a mastigação, deglutição e fonação. Quando um hábito é mantido por tempo prolongado, pode afetar a posição dos dentes, a relação maxilo-mandibular e estruturas como lábios, língua, bochechas e palato. As funções como a fala, respiração e deglutição também podem ser atingidas. 

Como e quando devemos tratar a má oclusão precocemente: 

1- Os hábitos parafuncionais mais comuns que podem afetar as estruturas da boca são a sucção não nutritiva prolongada como a chupeta e mamadeira , dedo, lábio, respiração bucal, deglutição atípica e /ou adaptada, o bruxismo e a onicofagia (roer unhas). Esses hábitos devem ser removidos o quanto antes e se a má oclusão já está estalada, ela deve ser tratada com ortodontia preventiva precocemente.

2- A perda precoce do dente de leite é preocupante, pois ele mantém o espaço que será do dente permanente no futuro. Sem o dente decíduo ali, pode ser determinada a má oclusão, problemas funcionais como a fala, a mastigação e deglutição. Além dos problemas emocionais, alterando muitas vezes o comportamento da criança como não sorrir nas fotos, ficar mais introspectiva etc... 

O mantenedor de espaço só está indicado quando ainda não houve a perda de espaço, ou seja, não houve a inclinação dos dentes adjacentes. Quando há perda de espaço, o aparelho mais indicado é o recuperador de espaço.


3-Mordida Cruzada Posterior e/ou anterior
Através de uma simples visão clínica podem estar presentes desarmonias esqueléticas, que em geral exigem manobras corretivas mais complexas. Recomenda-se que mordida cruzada posterior ou anterior seja corrigida o mais precocemente possível para garantir a simetria de crescimento e o desenvolvimento normal. 

A principal característica das mordidas cruzadas é a inversão da oclusão dos dentes. As mordidas cruzadas podem ter origem dentária ou esquelética. Através de aparelhos específicos conseguimos corrigir essa má oclusão em um curto tempo de tratamento. 

4- Mordida aberta anterior
A interposição da língua entre os arcos dentários, durante a fonação, deglutição e mesmo durante o repouso ou postura, constitui uma anormalidade funcional denominada pressionamento lingual atípico. Encontra-se presente em 100% dos casos com mordida aberta anterior . A interposição lingual pode ser considerada como um hábito primário, determinando, assim, um pior prognóstico. Também pode atuar como um hábito secundário. Desde modo, origina-se, principalmente, por uma adaptação do espaço existente causado por sucção digital ou chupeta, portanto, atua mais como um agravante da mordida aberta do que propriamente como a sua causa. 

5- Dentes supranumerários ( a mais na boca), irrompidos ou impactados.
Os dentes supranumerários, são dentes que se desenvolvem além dos dentes da série normal na boca. Assim como os dentes irrompidos ou impactados ( que não conseguiram erupcionar), ressalta-se a importância do diagnóstico precoce para evitar problemas complexos e de defícil solução para o correto estabelecimento  da oclusão na dentição permanente. 

Por isso não deixe de procurar um profissional para ter as corretas orientações sobre a importância de tratar logo cedo algumas má oclusões.