Apesar da DTM (disfunção temporomandibular) não
apresentar uma etiologia definida, acredita-se que fatores funcionais,
estruturais e psicológicos estajam reunidos, conferindo multifatoriedade à
origem dessa condição clínica. Este é um assunto que gera muitas dúvidas entre
os adultos e pais que tem filhos com
essa disfunção.
Estudos apontam um aumento significativo entre casos de DTM em
adolescentes e crianças. O importante é saber que esses fatores podem estar
presentes na infância, o que torna aconselhável que a avaliação de sinais e
sintomas da disfunção de ATM (articulação temporo mandibular) em crianças
seja adotada como rotina durante o exame físico e clínico odontopediátrico. É
necessário uma investigação de hábitos orais parafuncionais, limitações de
movimentos mandibulares, dor e cansaço muscular durante a mastigação, dores de
cabeça, nuca e pescoço, dores de ouvido ou na região de articulações, presença
ou não de ruídos na ATM.
No exame clínico intrabucal, avalia-se a abertura de
boca, considerando o valor menor de 35mm um índicio de limitação em uma
criança, desvios no movimento de abertura de boca, dor nos movimentos
mandibulares, ruídos articulares.
A criança com DTM pode apresentar dois tipos de bruxismo:
Bruxismo fisiológico
Ocorre até os 6 anos por uma necessidade natural do
organismo de acomodar a oclusão e se preparar para a troca da dentição. A
criança pode apresentar um leve desgaste nas cuspides dos dentes e esse
movimento proporciona um crescimento e desenvolvimento das bases ósseas.
Bruxismo patológico
A
causa desse hábito parafuncional ainda é desconhecida, mas pode estar
relacionado com estresse, problemas neurológicos, ansiedade, como também alguma
anormalidade de oclusão.O hábito de vida da criança pode ser diretamente ligado ao desenvolvimento do bruxismo, como estress por excesso de atividades físicas, estímulos luminosos e sonoros na hora de dormir, separação dos pais, troca de escola, chegada de um irmão, tipo de alimentação, etc...Pode estar relacionado também com distúrbio alérgico e doença por refluxo gastroesofágico.
O tratamento ideal não deve ser isolado já que tem vários fatores envolvidos. O tratamento muitas vezes é multidisciplinar.
Mudanças nos hábitos devem ser avaliado.
A placa de bruxismo tem como objetivo não interferir
no processo de crescimento das arcadas dentárias infantis ou alterar as suas
características físicas, além de ser um tratamento reversível, de boa aceitação
pelas crianças e eficaz ao se evitar desgaste dentário e diminuição da dor
muscular. Conforme vai ocorrendo as trocas dentárias, o acrílico da placa vai
sendo desgastado, proporcionando um alívio para erupção dos dentes permanentes.
A troca da placa é feita quando necessário. Os aparelhos ortopédicos também são
grande auxiliares para o tratamento da DTM ou bruxismo promovendo um
relaxamento muscular no paciente.
No meu consultório procuro dar 3 dicas antes de instalar placas ou aparelhos ortopédicos para melhorar o bruxismo e a DTM:
1- exercício da musculatura, usando o mordedor de plástico, 10x abrindo e fechando a boca de cada lado , 3 x ao dia
2- aumentar a altura do travesseiro, alterando a postura na hora de dormir
3- comer alimentos mais rígicos como: maça inteira, cenoura em pedaços, carnes, etc...
O paciente com DTM ou bruxismo deve ter uma
atenção especial em relação à presença de predisposição para o desenvolvimento
do quadro. Por isso a importância do
conhecimento dos fatores causadores, visitas regulares ao dentista e em vista
do caráter etiológico biopsicossocial destas disfunções, se for necessário uma
avaliação multidisciplinar com psicólogos, nutricionistas, neurologistas,
etc...
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