Conhecendo a doença cárie
Antes
de analisar a doença que mais atinge a cavidade bucal, é preciso conhecer as
estruturas do dente. O dente é composto por duas partes, coroa e raiz. A porção
para fora da gengiva é chamada coroa e a porção interna é a raiz.
Na
coroa temos uma camada externa conhecida por ESMALTE, mais mineralizada, portanto mais resistente. A camada
seguinte é menos mineralizada, conhecida por DENTINA e é menos resistente à cárie. A camada de dentina é a que
dá sensibilidade aos estímulos externos, como doce, frio ou quente. Esta camada
está presente em toda a estrutura do dente, isto é, está presente na coroa e na
raiz, enquanto o esmalte recobre somente a coroa.
Na
raiz, a dentina é recoberta por uma camada pouco mineralizada chamada CEMENTO. Esta camada externa da raiz
está ligada ao osso através de fibras, compondo então a sustentação do dente em
sua base.
Por
último, no centro do dente temos a POLPA,
composta por vários vasos sanguíneos, artérias e nervos.
Cientificamente,
a cárie é uma doença multifatorial,
caracterizada pela destruição da estrutura do dente. A cárie se instala
dependendo de 4 fatores como:
-dieta
-tempo
que o alimento fica na cavidade bucal (falta de higiene)
-bactérias
(Streptococos mutans)
-resistência
imunológica e dentária de cada pessoa
Por
isso, para que a doença cárie ocorra, esses 4 fatores têm que estar presentes.
Como ocorre a formação da lesão cariosa?
A
cárie se inicia como uma mancha branca na superfície do dente. Esse é o
primeiro sinal da atividade de bactérias. O esmalte começa a ficar despolido e
esbranquiçado. As bactérias utilizam os resíduos alimentares da dieta,
principalmente os carboidratos (pães, salgadinhos, bolachas, cereais, etc..) e
alimentos açucarados (chicletes, balas, chocolates e refrigerantes) que ficam
grudados na superfície do dente e formam uma película chamada placa bacteriana, hoje conhecida como biofilme.
As
bactérias vão aderindo à placa e alimentando-se dela. Durante esse processo, as
bactérias produzem ácidos que destruirão o esmalte, iniciando a cárie.
Os
cuidados referentes a dieta e a higienização devem ser redobrados. Nesse
estágio inicial, a mancha pode ser reminezalizada com o flúor, deixando o
esmalte sadio novamente.
O
tempo em que o açucar fica na boca é muito importante. Quanto maior o número de
vezes que se come doces, maior o tempo de contato com as bactérias e a formação
de ácidos, portanto, maiores as chances de desenvolver a doença cárie. Em
outras palavras, é melhor comer doces de uma vez só na sobremesa de uma
refeição, e em seguida, escovar os dentes, do que ficar comendo um de cada vez
durante a tarde toda. Nos intervalos das refeições, é melhor optar pelas
frutas.
É
preciso haver equilíbrio entre a dieta e a higiene bucal para que os dentes de
leite fiquem saudáveis, sem cárie, pois essa dentição que “guarda” o espaço
para os dentes permanentes.
É
muito comum encontrarmos a cárie precoce na infância, de rápida progressão. Ela
está relacionada ao consumo frequente de leite materno ou aritficial, sucos ou
líquidos adocicados, sucos de soja ou acrescidos com carboidratos fermentáveis
na mamadeira ingeridos ao longo do dia e da noite.
Se
a dentina é atingida pela cárie, a progressão da doença é mais rápida, podendo
ocorrer sintomas de dor. Nesse caso, o tratamento deixa de ser preventivo e
passa ser mais invasivo, restaurador.
Se
a cárie atingir o centro do dente (polpa, vasos e nervos), podemos ter um
comprometimento da parte vital, ocorrendo infecção e necrose do dente. Isso
leva à necessidade de tratamento de canal (tratamento endodôntico).
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