segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Conhecendo a doença cárie

Conhecendo a doença cárie


Antes de analisar a doença que mais atinge a cavidade bucal, é preciso conhecer as estruturas do dente. O dente é composto por duas partes, coroa e raiz. A porção para fora da gengiva é chamada coroa e a porção interna é a raiz.
Na coroa temos uma camada externa conhecida por ESMALTE, mais mineralizada, portanto mais resistente. A camada seguinte é menos mineralizada, conhecida por DENTINA e é menos resistente à cárie. A camada de dentina é a que dá sensibilidade aos estímulos externos, como doce, frio ou quente. Esta camada está presente em toda a estrutura do dente, isto é, está presente na coroa e na raiz, enquanto o esmalte recobre somente a coroa.
Na raiz, a dentina é recoberta por uma camada pouco mineralizada chamada CEMENTO. Esta camada externa da raiz está ligada ao osso através de fibras, compondo então a sustentação do dente em sua base.
Por último, no centro do dente temos a POLPA, composta por vários vasos sanguíneos, artérias e nervos.




Cientificamente, a cárie é uma doença multifatorial, caracterizada pela destruição da estrutura do dente. A cárie se instala dependendo de 4 fatores como:

-dieta
-tempo que o alimento fica na cavidade bucal (falta de higiene)
-bactérias (Streptococos mutans)
-resistência imunológica e dentária de cada pessoa



Por isso, para que a doença cárie ocorra, esses 4 fatores têm que estar presentes. Como ocorre a formação da lesão cariosa?
A cárie se inicia como uma mancha branca na superfície do dente. Esse é o primeiro sinal da atividade de bactérias. O esmalte começa a ficar despolido e esbranquiçado. As bactérias utilizam os resíduos alimentares da dieta, principalmente os carboidratos (pães, salgadinhos, bolachas, cereais, etc..) e alimentos açucarados (chicletes, balas, chocolates e refrigerantes) que ficam grudados na superfície do dente e formam uma película chamada placa bacteriana, hoje conhecida como biofilme.

As bactérias vão aderindo à placa e alimentando-se dela. Durante esse processo, as bactérias produzem ácidos que destruirão o esmalte, iniciando a cárie.

Os cuidados referentes a dieta e a higienização devem ser redobrados. Nesse estágio inicial, a mancha pode ser reminezalizada com o flúor, deixando o esmalte sadio novamente.



O tempo em que o açucar fica na boca é muito importante. Quanto maior o número de vezes que se come doces, maior o tempo de contato com as bactérias e a formação de ácidos, portanto, maiores as chances de desenvolver a doença cárie. Em outras palavras, é melhor comer doces de uma vez só na sobremesa de uma refeição, e em seguida, escovar os dentes, do que ficar comendo um de cada vez durante a tarde toda. Nos intervalos das refeições, é melhor optar pelas frutas.

É preciso haver equilíbrio entre a dieta e a higiene bucal para que os dentes de leite fiquem saudáveis, sem cárie, pois essa dentição que “guarda” o espaço para os dentes permanentes.

É muito comum encontrarmos a cárie precoce na infância, de rápida progressão. Ela está relacionada ao consumo frequente de leite materno ou aritficial, sucos ou líquidos adocicados, sucos de soja ou acrescidos com carboidratos fermentáveis na mamadeira ingeridos ao longo do dia e da noite.



Se a dentina é atingida pela cárie, a progressão da doença é mais rápida, podendo ocorrer sintomas de dor. Nesse caso, o tratamento deixa de ser preventivo e passa ser mais invasivo, restaurador.

Se a cárie atingir o centro do dente (polpa, vasos e nervos), podemos ter um comprometimento da parte vital, ocorrendo infecção e necrose do dente. Isso leva à necessidade de tratamento de canal (tratamento endodôntico).




Por isso, a conscientização da importância da dieta e da escovação deve ser incorporada, o mais cedo possível, nos hábitos da criança.


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